Elas vêm todo ano para acasalar e ter seus filhotes, entre julho e outubro, cada vez ocupando um pedaço maior do litoral. Nestes meses, é possível ver as baleias jubarte com muita facilidade – você está lá, curtindo uma praia, e vê ao longe um esguicho… com sorte, uma cauda! Há quem veja baleias durante os exercícios matinais pela orla de Salvador, durante a travessia para Itaparica ou ao pegar o catamarã para Morro de São Paulo, só para citar as ocorrências mais comuns.
Para quem deseja uma interação mais completa e consciente com essas lindas, é possível fazer o passeio de observação de baleias a partir da Praia do Forte – como se já não houvesse motivos suficientes para visitar aquele paraíso…
Fiz o passeio no início de outubro. A Portomar é a agência que trabalha em parceria com o Instituto Baleia Jubarte fazendo os passeios, e é tudo muito bem organizado.

Você tem que estar na agência, que fica na entrada da vila, um pouco antes das 09h, para fazer o pagamento. Com todos os participantes presentes, fazemos uma breve caminhada até o Instituto Baleia Jubarte – não leva nem 5 minutos.
Lá no Instituto recebemos as primeiras orientações – uma palestra ambiental muito interessante sobre os hábitos das jubarte e o trabalho que eles fazem para aumentar a população das mesmas nos oceanos. Também recebemos as orientações de embarque na escuna. Dá tempo pra tirar umas fotinhas legais no Instituto também. 🙂
Mais uma caminhada rápida, um pouco mais longa que a primeira, até a praia próxima ao Hotel Tivoli, para iniciar a navegação. Como não é permitido a construção de pier na Praia do Forte, temos que embarcar em botes que nos levam até a escuna – por isso, é bom ir com roupa de praia para o passeio, porque molha um pouco.
A escuna sai também com pesquisadores, que ocupam uma parte do barco, então me senti, orgulhosamente, também uma financiadora do projeto através do turismo sustentável e divertido. Todo o tempo a turma da Portomar está atenta e preocupada com a segurança e bem estar de todos a bordo. Eles servem água, biscoitinhos e frutas. O serviço e simpatia é nota dez.
O passeio pode levar de 1h a 3h, a depender do tempo e distância que se leva para encontrar baleias. A escuna sai e ficamos todos atentos para avistá-las. Dá um nervoso de saber que a qualquer momento elas vão aparecer, mas nada te prepara para a primeira avistagem. O coração vem até a boca quando finalmente você vê um daqueles bichões enormes, pré-históricos, ali pertinho de você.

No nosso caso, com 15 minutos de saída da escuna encontramos uma fêmea com um filhote – e encontrar um filhote é sempre ótimo porque seus intervalos de respiração são menores, então contamos com mamãe e filhinho mais tempo e mais vezes na superfície. E a cada aparição, suspiros de espanto, máquinas fotográficas enlouquecidas, todos eufóricos no barco.
E apesar da escuna precisar manter uma distância de segurança do animal, a baleia não conhece as regras e muitas vezes ela mesma chega pertinho do barco – esta mãe estava muuuuito tranquila conosco e se aproximou bastante – pela frente, pelos lados. Foi uma festa, que durou um pouco mais de 30 minutos, tempo máximo permitido para não estressar o bichinho. A baleia ainda nos acompanhou um pouco, ficamos arrasados de deixar nossa nova amiga, mas felizes e mega realizados com o encontro.

Chegamos de volta à praia por volta das 13h30, em estado de graça, e fomos bem satisfeitos procurar um lugar para comer uma moquequinha antes de retornar para Salvador.
A população de jubartes vem aumentando ano a ano, e foi um prazer enorme testemunhar de forma tão evidente o sucesso do incansável trabalho dos ambientalistas. O passeio de observação de baleias acontece de meados de julho a meados de outubro, mas este ano foi tanta baleia que estenderam até o final do mês – ainda há muitas jubartes na costa.

Para mais informações:
http://www.portomar.com.br/passeio/observacao-de-baleias-jubarte-13205841 (aqui tem um videozinho muito bom para dar a real de todo o roteiro do passeio)
http://www.baleiajubarte.org.br
Observações gerais do passeio:
– A escuna só sai com tempo favorável. Quando reservei, peguei um número de celular para ligar na manhã agendada pra confirmar se ele ia acontecer. Nessa época o tempo é muito instável, não custa confirmar, principalmente se não se está hospedado na Praia do Forte.
– Altamente recomendável a pré-reserva, por telefone.
– Segundo a agência, os melhores meses são agosto e setembro.
– Este ano, segundo o Instituto Baleia Jubarte, foram mais de 2mil baleias só na costa da Praia do Forte, e aproximadamente 17mil em toda a costa brasileira. Há 20 anos, eram menos de 1000. Não é lindo isso?
Muito lindo. Deu até vontade de fazer esta observação. Cokocar na agenda.
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Olá colega !
Ficou mesmo muito bom … parabéns.
Farei apenas uma observação de ordem prática: quando procuro blogs e comentários sobre sítios de viagem , percebo que o tema fica extenso por conta das impressões pessoais de aut@r; então, fica a sugestão de “enxugar” um pouco, pra que seja um texto mais objetivo.
Mas de um modo geral ficou supeeeeer!
Besitos …
Dhébora 😚
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Oi Dhebora! Obrigada! Blogs geralmente são mesmo cheios de impressões pessoais. São uma característica inerente à existência deles 🙂 Meus textos costumam ser cheios de opinião e tratados na primeira pessoa, pois são baseados em experiências, mesmo.
Blogs são livres da isenção comum a textos puramente informativos e jornalísticos, que devem só se ater a fatos… e há quem goste de textos com mais opinião, há quem busque textos mais enxutos, puramente informativos 😉 E viva a pluralidade!
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Muito legal você compartilhar esta experiência! E suas dicas estão ótimas. Facilitarão a vida de muita gente interessada no passeio.
Sucesso com o blog; você ganhou (novamente) uma leitora!
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Obrigada, Helena! 🙂
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