Em Dezembro começam as Festas de Largo em Salvador, um dos vários sinais que o verão já chegou – a primeira delas é a Festa de Santa Bárbara, Iansã, que acontece no Pelourinho e Baixa dos Sapateiros todo dia 04 de Dezembro e é Patrimônio Imaterial da Bahia desde 2008. Fui pela primeira vez em 2014 com a amiga Flávia, de SP; no ano seguinte, com a amiga Meilin, do Rio. Há quem diga que o calendário de festas começa com a de Nossa Senhora da Conceição da Praia, no dia 08 de Dezembro – na verdade, fica meio que a cargo de cada um, de acordo com sua experiência e preferência, definir quando o calendário de festas realmente começa – ou se algum dia ele termina 😉 .
Há muitas formas diferentes de aproveitar os festejos. Eu gosto de chegar cedo, assistir à cerimônia religiosa e curtir um pouco da parte profana. Não é mandatório, mas é bom vestir as cores do orixá ou santo. No caso de Iansã/Santa Bárbara, é vermelho e/ou branco. Devido à epoca, às vezes parece que é um sol por pessoa, então haja disposição e protetor solar!
A celebração tem início com uma missa campal em frente à Igreja da Irmandade de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, no largo do Pelourinho, por volta das 8h. Vale chegar cedo, aguentar o calor e assistir a missa, uma amostra linda do que é o sincretismo religioso na Bahia. Entre outras manifestações, durante o culto, representantes do catolicismo e do candomblé dividem o mesmo espaço; acarajés são distribuídos durante o ofertório. Se todos fossem no mundo iguais a vocês… 🙂
Ao final da missa começa a procissão, que sobe pelas ruas do Pelourinho até o Terreiro de Jesus, segue até a Praça Municipal e desce a ladeira da Praça até o quartel dos bombeiros, na Barroquinha. O cortejo é composto por imagens de diversos santos (São Sebastião, São Jorge, Cosme e Damião, São João e outros) e, claro, com a imagem de Santa Bárbara, ricamente enfeitada com rosas vermelhas e outros adornos.
Ao chegar no Quartel, entre 10h e 11h, há uma nova benção aos fiéis, com missa e água benta (já jogaram água benta da mangueira do carro dos bombeiros… eu não estava, queria ter visto!). Na hora em que as imagens todas já chegaram e os devotos estão fazendo a festa pra padroeira do Corpo de Bombeiros, continuo pela Baixa dos Sapateiros até chegar no Mercado de Santa Bárbara.
O mercado é antigo e fica bem apertado, com grande circulação de devotos. Aqui, a predominância é do culto à orixá mais que à santa, com muitos tambores e danças. Gosto de tomar uma cervejinha nos bares do andar superior (vai entrando que você encontra a escada). Pra mim, presenciar esta parte da festa é como vivenciar as imagens pintadas por Carybé ou entrar numa passagem dos livros de Jorge Amado.
A essa altura já passou de meio-dia, hora de seguir caminho. Em muitos lugares do Centro Histórico está acontecendo a distribuição de carurus pelos devotos. Estando com visitantes, eu gosto de almoçar no buffet livre do restaurante-escola do SENAC: lá, aproveito pra mostrar as diferentes moquecas, caldos, abarás, feijões, farinhas, quindins, compotas e tantas outras delícias – dá pra colocar no prato um pouquinho de cada e ir experimentando a riqueza da comida baiana e definir o que gostou mais para repetir nos dias seguintes. 😛
E depois do combo procissão + almoço, acho que o máximo de esforço que consigo é andar na praia para dar um mergulho; pra quem tiver disposição, o agito no Pelourinho estará só começando, com shows até a noite.
Alguns links sobre a festa:
Cobertura da festa com um rápido depoimento da Meilin 😀
Festa de Santa Barbara na Wikipedia
Maravilha, você está uma baianeira porreta.
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Água benta na mangueira eu amei! Kkkkk
Refrescância que é uma bênção!!!
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Sou baiana e nunca fui… e uen sabe em 2018??? Curti toda a celebração!!!!
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