Janela mágica

É tempo de baleias jubarte na costa da Bahia. Ano passado já foi atípico – elas foram embora mais cedo, talvez já sentindo um sinal do óleo que tomou conta das praias. Este ano, as baleias estão vindo adiantadas – mais um efeito colateral da Pandemia do Coronavirus, será?

Aqui em casa é alto e tem um janelão que dá pro mar. Dá pra ver muitos navios parados esperando a sua vez no Porto de Salvador. Esta semana, durante o café da manhã, vi um “splash” de longe, umas espumas onde geralmente não vejo quebrar onda. Achei que era um barco pequeno. Observei, nada de barco. Outro splash. Epa! É isso mesmo? Baleias?

Elas continuaram saltando. Tanto que deu até tempo de pegar o celular e fazer um filminho, pra registrar. Apesar do marzão, nunca havia tido essa bela surpresa da janela.

Se elas já apareciam antes nesse canto da Baía, não sei. Foi preciso uma pandemia – a redução da atividade no Porto, a retomada de espaços pela natureza, o homeoffice me proporcionando estar em casa tomando café às 8h tranquilamente apreciando a vista, e não já em ritmo de saída pro escritório – pra eu poder presenciar o espetáculo, admirar e fazer o registro.

A cada ano, mais baleias vêm curtir as águas da Bahia no inverno, trabalho persistente e dedicado feito pelo Instituto Baleia Jubarte. Há um artigo bem interessante da National Geographic, sobre o valor das baleias, vivas – na costa brasileira, elas valem mais de US$80 bilhões. Tem um outro também, contextualizando o aumento do encalhe das baleias na costa brasileira, valem a leitura.

Geralmente a temporada vai de julho a outubro. Sempre recomendo, aos apaixonados pelo bichinho, o passeio de observação de baleias que acontece na Praia do Forte, que já fiz algumas vezes e pretendo fazer de novo, quando nossa rotina voltar à normalidade. Até lá, fico me contentando em apreciar minha vista da janela, esperando mais uma visita surpresa.

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